sexta-feira, 27 de abril de 2012

CACHOEIRA COM EFEITO CASCATA

A corrupção no Brasil, ao que parece, está longe de acabar. Todos os dias somos bombardeados por notícias em todas as mídias de esquemas de corrupção envolvendo empresários, políticos e servidores públicos. Até quando? Já não suportamos mais ver tanto dinheiro saindo do nosso bolso para pagamento de uma carga tributária altíssima para sustentar esses esquemas. Sim, porque no fim das contas quem banca esses vagabundos somos nós, os contribuintes. Cada real desviado para os bolsos e as contas nos paraísos fiscais desses salafrários é um real a menos aplicado em saúde, educação, infraestrutura, segurança, projetos sociais, etc. Nosso país é um dos maiores arrecadadores de impostos do mundo e o que dá um dos piores retornos à população, tudo isso porque tem que sustentar a corrupção que já está instituída e arraigada em qualquer tratativa entre o empresariado e o poder público, conduzida por políticos corruptos e facilitada por servidores ou pessoas investidas em cargos públicos igualmente corruptas.
O caso que atualmente está em evidência é o que envolve o "empresário" dos caça níqueis, vulgo "bicheiro" Carlinhos Cachoeira, que incrivelmente tinha as portas abertas em todos os níveis do poder, mandando e desmandando, contratando e demitindo, cobrando e pagando propinas e sustentando políticos de todas as maneiras. De vereadores a ministros, passando por prefeitos, governadores, deputados e senadores o tal Cachoeira tinha relações de conluio. Ao ser deflagrada pela Polícia Federal a operação Monte Carlo, descobriu-se que essa "Cachoeira" tem muita água suja rolando abaixo e provocando um verdadeiro efeito cascata em que muita gente grande irá se afogar se a coisa for levada a sério como deve. O primeiro nome que surgiu foi do Senador Demóstenes Torres, nada menos que o então Presidente do Conselho de Ética e Cidadania do Senado. Na operação nomeada de Saint Michel, que é um desdobramento da Monte Carlo, A PF encontrou, através de escutas telefônicas entre pessoas ligadas a Cachoeira e Demóstenes Torres, a empresa Delta Construção, responsável por várias obras públicas superfaturadas. Isso é apenas a ponta de um iceberg, tem muita sujeira para vir à tona. O pior de tudo foi ouvir um membro do Tribunal de Contas de um estado, em uma entrevista, agradecer a imprensa por descobrir e noticiar um esquema de superfaturamento em obras públicas. Onde é que nós estamos? "Que país é esse" onde um tribunal de contas cuja função é exatamente fiscalizar a conduta do poder público necessita ser informado pela mídia de que coisas erradas estão acontecendo? Na mão de quem nós estamos? Quem tomará conta dos nossos impostos? A imprensa? Não pode ser. O Brasil é uma potência mundial emergente, mas só emergirá quando as correntes que o prendem a âncora da corrupção forem cortadas definitivamente. 
Estamos cansados de tanta corrupção sem punição. Quem sabe se mudassem as leis e passassem a considerar os crimes de colarinho branco hediondos e com penas igualmente equivalentes teríamos menos corruptos e mais verbas para serem aplicadas onde realmente tem que ser. Mas, a quem interessa isso? Somente a nós, o povo. Ah, o povo, tão procurado e valorizado em tempos de eleições e tão esquecido e desprezado em seus intervalos. Mas se cada cidadão acompanhar os seus eleitos através das redes sociais e dos sites individuais, dos partidos ou dos órgãos e cobrar atitudes as coisas podem sim mudar. Acompanhe através do twitter, do facebook, do site pessoal, do site do partido, da câmara de vereadores, da prefeitura, da assembleia legislativa, da câmara dos deputados, do senado federal e da presidência da república. O povo nunca esteve tão perto do poder como agora, então vamos fazer-nos ouvir. O Brasil tem jeito!

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