sábado, 29 de setembro de 2012

ADEUS À HEBE, A INSUBSTITUÍVEL

O Brasil ficou mais pobre hoje. Não economicamente, porque a economia nunca esteve tão bem nesses últimos 83 anos em que aqui viveu Hebe Camargo e que morreu hoje. O Brasil e os brasileiros ficaram mais pobres em alegria. Ela morreu e com ela toda a sua energia, toda a sua vitalidade, toda a sua vivacidade, todo o seu carisma, toda a sua simpatia, toda a sua irreverência, todo o seu talento e toda a sua generosidade. Hebe é insubstituível. Jamais a televisão brasileira terá outra apresentadora que se fundirá com a história da própria televisão como ela. Hebe não faz parte da história, ela era a própria história. Eu não preciso recorrer a pesquisas para falar de Hebe Camargo porque desde que me conheço por gente sempre adorei ver televisão, e desde que me conheço por gente eu a via na televisão. Lembro-me dela nos anos 70 nas tardes de domingo, na tela de tv em preto e branco ainda. Ela, assim como a televisão evoluíram nesses anos. O amadurecimento fez com que ela deixasse de lado o medo de parecer ridícula para tornar-se a dama mais  brega e mais chique do Brasil. Ela ria e chorava com a mesma facilidade. Ria para alegrar seu público e chorava quando apresentava ao público coisas tristes que aconteciam. Tanto seu sorriso quanto suas lágrimas eram verdadeiros. Não há ninguém que não gostasse dela, tanto da classe artística quanto do povo, que ela tratava tão bem.
A morte de Hebe será sentida por um longo tempo ainda todas as vezes que uma tv for ligada neste país. Mesmo quem não assistia seus programas tinha um carinho por ela, pelo que ela representava para os brasileiros. Recentemente assisti sua estreia na Rede TV e me emocionei, mas não como das vezes anteriores. Foi uma emoção diferente porque ela estava vivendo um momento diferente, enfrentando um mal terrível que acabou por vencê-la. Mas ela jamais se abateu porque ela jamais se entregaria. Era uma lutadora e uma vencedora. No alto de seus mais de 80 anos ela foi à Disney e fez uma tremenda festa, parecia uma criança, o que eu acho que ela nunca deixou de ser mesmo. 
A televisão brasileira está perdendo suas referências. Chico Anysio, agora a Hebe. A televisão brasileira está dormindo e perdendo a oportunidade de homenagear em vida os seus grandes nomes. Não que eles precisem desse afago, claro que não, pois são muito superiores a isso, mas acredito ser uma obrigação realizar um tributo, pelo muito que contribuem para a família brasileira. Hebe se foi e a lacuna ficou. Neste mundo só teve lugar para uma Hebe Camargo e não será jamais preenchido. Suas gargalhadas e seus selinhos jamais serão esquecidos.
Hoje choramos por quem nos fez rir muito e sempre que nos lembrarmos de Hebe Camargo um sorriso irá brotar em nossa face.
Adeus Hebe, fique com Deus "gracinha"! 

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