terça-feira, 30 de agosto de 2011

AMOR, MARVADO AMOR

Ah! Minha amada, marvada
Por que ocê feiz isso comigo
Sempre ti tratei tão bem
Sempre fui teu amigo


Nunca pensei qui isso fosse acontecê
Afinar, meu amor, eu muito ti amava
Todo mundo falava pra eu largá docê
Qui ocê num prestava, mas num era assim qui eu pensava


Desde qui ti conheci num consigui mais ficá sem ti vê, sem ti tê
Ocê pra mim sempre foi mais qui um amor,
foi uma amiga nas hora difícir e companheirona nas hora boa
Contigo vivi os mió momento da minha vida
E também os pió, mais os pió qui os mió


Mais ocê mi traiu, feiz comigo o qui nunca isperei
Os otro tinha razão, agora tô aqui sozinho, perdido
Sem podê ti vê, sem podê ti tê
Tenho sodade docê, apesar di agora sabê qui ocê num presta
Mais o qui fazê, minha vida é esta


Aqui no meu leito di morti mi alembro docê
Qui di dose em dose me dexô essa cirrose
Ah! Minha amada marvada!
Ah! Minha amada, minha cachaça marvada!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A MELHOR ÉPOCA


Hoje me peguei pensando na minha juventude, nas coisas que gostava, nas coisas que fazia, nas músicas da época, nos filmes e programas de tv, no futebol. Tudo parecia melhor.
Não raro me pego em conversas com contemporâneos que, como eu, viveram os maravilhosos anos 70 e 80 na juventude e a conversa é sempre a mesma; naquela época tudo era melhor, as músicas realmente boas são daquela época(Imagine, Garota de Ipanema, Stain' Alive, Heartbreaker, Detalhes, etc), não se fazem mais filmes como naquela época(Tubarão, Jornada nas Estrelas, ET, O Dia do Chacal, etc), as novelas e programas de tv daquela época são incomparáveis(Irmãos Coragem, Bandeira 2, Bonanza, Chico City, etc), o futebol era uma arte(Seleção Brasileira de 70 e 82, Holanda 74), não temos mais craques como naquele tempo(Pelé, Tostão, Rivelino, Sócrates, Zico, etc), enfim, as coisas e as pessoas no passado eram melhores. Será mesmo?
Ao conversar com pessoas mais velhas que eu(mãe, tias e tios) percebo que o sentimento delas em relação às coisas da sua época de juventude é o mesmo que o meu em relação à minha época de juventude, ou seja, de que tudo era melhor do que em qualquer outra época, e ao conversar com jovens(filhos, amigos dos filhos, filhos de amigos) percebo que eles acham que estão vivendo a melhor época de todos os tempos, que tudo hoje é melhor do que tudo o que já existiu, as músicas de hoje tem mais qualidade de som, os filmes tem efeitos computadorizados perfeitos, as novelas e programas de tv tem mais conteúdo, o futebol é mais dinâmico, os craques são mais rápidos.
Isso me fez refletir e cheguei a uma conclusão bastante simples. Não é uma época que é melhor ou pior que a outra, na verdade somos nós que vivemos o melhor momento de nossas vidas na juventude e carregamos isso para a vida inteira. Por mais que a vida na maturidade esteja mais tranquila porque já alcançamos nossos objetivos ou já nos conformamos com o que a vida nos deu, a verdade é que vivemos carregando nossa juventude conosco ao longo dos anos e o fazemos através do sentimento de que tudo o que vivemos naquela época era melhor do que o que a juventude de hoje vive. É como uma espécie de consolo por a vida estar nos sendo tirada aos poucos, com o passar dos anos e assim pensamos que a melhor coisa que nos aconteceu foi termos nascido exatamente na época que nascemos, pois assim tivemos a oportunidade de viver a melhor época de todos os tempos. Pelo menos eu concordo que uma coisa é melhor hoje do que antes, a tecnologia que me permite rever filmes, programas, imagens de jogos memoráveis, ouvir minhas músicas favoritas e assim me sentir mais próximo daquela que chamo de melhor de todas as épocas. Acho que é isso que faz a vida ter realmente sentido.  

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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

INTOLERÂNCIA


Para que tanta intolerância e violência?
Deixem o perfume das rosas impregnar o mundo
A palavra doce da poesia tocar os corações
Deixem a melodia dos pássaros calar bem fundo
E o homem viver suas emoções!

Para que tanta intolerância e violência?
Deixem o palestino se casar com a judia
O cristão abraçar o muçulmano
Deixem o Tibet viver uma democracia
E Bagdá ser o lar do iraquiano!

Para que tanta intolerância e violência?
Deixem a arma enferrujar lá no deserto
O soldado festejar o seu retorno
Deixem a paz ser um destino certo
E a união dos povos como seu adorno!

Para que tanta intolerância e violência?
Deixem o pobre se alegrar lá na favela
O rico fazer festa no condomínio
Deixem a moça namorar na sua janela
E o jovem viver livre do extermínio!

Para que tanta intolerância e violência?
Deixem a torcida comemorar sua vitória
O palmeirense abraçar o corinthiano
Deixem as brigas sumirem da memória
E que ninguém mais cause nenhum dano!

Para que tanta intolerância e violência?
Deixem o sentimento falar do coração
Acabem com a onda de terror
Deixem as pessoas falarem a língua do perdão
E que o ódio seja vencido pelo amor!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

UM SER: PAI


Eu sou pai. Por três vezes na minha juventude senti a sensação maravilhosa de receber no mundo pessoinhas recém chegadas do céu. Que alegria e privilégio ter sob minha guarda almas puras, mentes limpas e corações inocentes. Ao mesmo tempo uma deliciosa responsabilidade ter que preparar cada um do meus garotos para a vida neste lugar. Felizmente cada pai tem o exemplo do Pai maior como inspiração. O exemplo de um amor incondicional, sincero, desinteressado e eterno e é por esse amor que nos ligamos aos filhos, é por esse amor que não importa o que aconteça nunca os abandonamos. Podemos estar longe, encontrá-los pouco, falarmos por telefone, internet ou cartas, o que importa é que eles estão em nosso coração e mente o tempo todo.
O pai é um ser quase divino, tem a oportunidade de participar do maior milagre da criação de Deus, a genética.  É o emissário da semente que forma um novo ser. Infelizmente muitos não se dão conta disso e quando isso ocorre, outro milagre acontece, o milagre do coração, porque o pai, no verdadeiro sentido não é o que gera a semente, planta e a abandona, mas o que cuida para que ela germine, floresça, viva e dê bons frutos. Para isso é preciso cultivar com todo cuidado e amor. É ser o jardineiro fiel que através do exemplo, da dedicação e do companheirismo formará pessoas de bom caráter para melhorar o lugar em que vivemos.
Agora em minha maturidade tive o privilégio de, pela quarta vez receber um presente de Deus, desta vez em forma de menina. É a vida que se recicla e sinto que estou tornando-me jovem novamente. A sensação é a mesma de quando cada um dos garotos nasceu. Alegria, ansiedade, amor, um misto de emoções que não dá para descrever. Agora sinto que meu jardim está completo e peço que Deus me dê o privilégio de ver todos os meus filhos  sentindo a mesma emoção com a chegada de seus filhos, meus netos.
No próximo domingo é o Dia dos Pais. Mais do que um dia de esperar por presentes, um dia de reflexão e de gratidão pelo(s) presente(s) que já recebemos.
Minha homenagem a todos os verdadeiros pais, os que cultivam o que receberam de presente um dia do nosso Pai maior, seja através da genética, seja através do coração.