quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A VERGONHA DO CARNAVAL DE SÃO PAULO

O carnaval de São Paulo teve a pior página da sua história escrita neste último dia 21, durante a apuração do grupo especial. Alguns indivíduos integrantes de escolas de samba conseguiram, com facilidade, invadir a área onde estavam sendo contados os votos e simplesmente rasgaram os formulários com as notas dos jurados, impossibilitando a continuidade da apuração, que já se encaminhava para o final. O fato inédito mostrou a fragilidade do sistema no que diz respeito a segurança e organização do evento. A atitude desses indivíduos desencadeou uma série de acontecimentos lamentáveis com danos ao patrimônio público, por parte de integrantes e torcedores de algumas escolas que se faziam presentes no local. Os desfiles nas noites de sexta feira e sábado foram belos e transcorreram na mais perfeita ordem. As torcidas presentes fizeram sua parte aplaudindo e incentivando suas escolas preferidas, o que é o seu papel. É inaceitável o fato da apuração ser realizada no mesmo local do desfile e com a presença de torcida. A meu ver, a apuração deve ser feita em sala reservada, com a presença dos presidentes das escolas para fiscalizar e com transmissão pelas mídias em tempo real, para que integrantes e torcedores possam acompanhar nas respectivas quadras de suas escolas. Isso evitaria fatos desagradáveis como esse e também o enfrentamento de supostos torcedores que, sob uma falsa máscara de paixão, arrumam ocasião para brigas e atos de vandalismo. Não é possível que na administração municipal não tenha alguém suficientemente inteligente para pensar nisso. A declaração do prefeito de que "à partir do próximo ano será a polícia militar que irá cuidar da segurança em vez da organização do evento" é absurda. Mobilizar a polícia militar para cuidar de algo que não precisaria existir é simplesmente insano. A receita para evitar problemas é fácil, mas parece que as autoridades gostam mesmo é da bandalheira, que desvia a atenção dos reais problemas que assolam nossa cidade. 
O motivo da confusão se deu, segundo os próprios envolvidos em declaração à polícia, porque mudaram o regulamento no meio do jogo, o que prejudicaria   suas escolas podendo levá-las ao rebaixamento para o chamado "grupo de acesso". Eu só compreendi porque tamanha revolta depois de saber que cada escola do "grupo especial" recebe cerca de R$ 700 mil por ano da prefeitura para realizar seu desfile. Pensar que muitas creches, postos de saúde, escolas de ensino fundamental, entidades de apoio a pessoas especiais e afins não recebem uma verba como essa da prefeitura é simplesmente revoltante. É preciso repensar as prioridades do nosso povo. A quem realmente interessa esse carnaval?      

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